terça-feira, 1 de junho de 2010

Setúbal a margem pobre e mal-cheirosa do Sado


Sonae defende fecho da Secil e Portucel para bem de Tróia


Belmiro de Azevedo, chairman da Sonae, defende o encerramento das fábricas da Portucel e da Secil, ambas pertencentes ao grupo Semapa, a bem do desenvolvimento da península de Tróia. O fundador do grupo responsável pelo Tróia Resort acrescenta que ambas as fábricas tornam Setúbal “na margem pobre e mal-cheirosa do Sado”, contrariando assim a tendência de outros rios que desaguam no Atlântico, que têm na margem esquerda a “sua zona menos favorecida”.


Por sua vez, o líder do conselho de administração da Semapa, Pedro Queiroz Pereira, pediu a Belmiro de Azevedo que este se recorde de há quanto tempo “a Secil e a Portucel estão instaladas em Setúbal”, comparativamente ao investimento feito pela Sonae em Tróia. “Se tinha problemas com a actividade das duas empresas, não tinha decidido instalar-se nesta zona”, acrescenta Pedro Queiroz Pereira, reiterando que “não é insensível às questões do ambiente, dado que é impossível andar na indústria sem ser de mãos dadas com as preocupações ambientais”.

Durante uma conferência sobre turismo, ambiente e biodiversidade, promovida pela Turismo do Alentejo Litoral em Tróia, Belmiro de Azevedo afirmou que também considera as questões ambientais “prioritárias”, uma vez que o grupo Sonae “é pró-ambiente e pró-business”. O fundador da Sonae negou também eventuais responsabilidades na destruição dos habitats dos roazes corvineiros do Sado, com a travessia de camatarãs e de ferries, atribuindo antes a eventual existência de problemas “às contaminações da margem norte do Sado”.

Carlos Beato, presidente da Turismo do Alentejo Litoral, considera importante “abraçar a ideia de que é imperioso que o turismo e o ambiente não sejam inimigos”. “O equilíbrio ambiental e a biodiversidade dos vários ecossistemas devem constituir um factor de diferenciação de um destino de excelência”, enfatiza Carlos Beato, reafirmando a ideia de que o litoral alentejano “será futuramente o grande destino turístico de Portugal”.

Caso Portugal ganhe a organização da Ryder Cup para o ano de 2018, a competição de golfe de 4 dias deverá ajudar a consolidação do litoral Alentejano como pólo turístico de referência, dado que se estima um impacto económico de 250 a 300 milhões totalmente proveniente de visitantes. A propósito do evento, Manuel Espírito Santo, líder da Rioforte Investments, que detém o campo de golfe Comporta Dunes, candidato à organização da Ryder Cup, explica que as receitas provenientes serão canalizadas parcialmente “para investir na área do ambiente, dado que sem dinheiro é impossível protegê-lo”.


in Setúbal na Rede

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