sábado, 15 de agosto de 2009
BAIRRO SALGADO
A partir do século XIX houve um impulso no desenvolvimento de Setúbal, com a chegada do caminho-de-ferro em 1860, o início da construção da avenida Luísa Todi e a elevação da a cidade. Para além destes marcos de desenvolvimento, foi também neste século que começaram a funcionar as primeiras fábricas de conserva e o início da fama das laranjas e moscatel de Setúbal.
O aumento da população de Setúbal, devido à fixação das indústrias conserveiras, por industriais franceses, na cidade e toda a deslocação de operários para essas indústrias, levou a que fossem estudadas formas de alargamento da cidade. Nesse momento da história, a cidade existente estava encurralada entre o Rio Sado e as imensas quintas, praticamente chegavam à avenida Luísa Todi. Foi nos finais do séc. XVIII que se iniciou a construção do bairro Salgado com a delimitação de algumas ruas, representando na Idade Contemporânea a primeira expansão da cidade para o Norte, tendo ficado concluída até 1985.
A maioria da burguesia decidiu investir neste bairro, tendo-se tornado na zona residencial por excelência dos anos 20, com vivendas unifamiliares inseridas na arquitectura da corrente Arte Nova.
O aspecto exterior das habitações do bairro Salgado distinguia-se pelo uso de elementos como azulejos, balaústres e alguns relevos do estilo Arte Nova. As cores do exterior eram normalmente garridas, como o rosa e o amarelo, combinando com o friso de azulejos do tipo Arte Nova.
Nesta zona não foram construídas unidades fabris, por influência dos próprios industriais, para não serem incomodados pelo cheiro, pelo barulho e pela presença dos operários, junto às suas moradias.
Actualmente, a maioria dos edifícios estão ao abandono e carecem de obras de manutenção e conservação.
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Um comentário:
Boa noite,
Achei o artigo muito interessante. Vejo com tristeza tantas casas no bairro Salgado, outrora jóias do estilo "Art Nouveau" e referências importantes da história de Setúbal, agora votadas ao abandono. São construções lindíssimas, cada uma com as suas particularidades. É pena em alguns dos casos se desconhecer quem terá herdado tamanhas "fortunas arquitetónicas" (a existirem herdeiros) e porque são deixadas ao abandono, se bem que algumas já estejam no mercado imobiliário. Pela minha parte, eu e a minha mulher, já conhecedores da história deste bairro, "caímos de amores" por uma delas (a casa na terceira foto) e vamos recuperá-la com todo o esmero que ela merece, vai ser a nossa residência permanente. Pelo menos será mais uma recuperada e menos uma ao abandono! Esperemos que outras se lhe sigam, sem se cair na tentação de deitar abaixo e desatar a construir prédios e mais prédios. Que se mantenha a traça original deste bairro! Cumprimentos,
Bernard Salvador
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